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Cultura - Segunda-feira, 14 de Agosto de 2017

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Prefeito recebe jovem de Cerquilho selecionado para intercâmbio musical

Durante o encontro, Marcelo Brito fez questão de destacar a qualidade do Projeto Guri em Cerquilho


    Na última sexta-feira (11), o Prefeito Aldo Sanson recebeu a visita de Marcelo Brito, jovem selecionado pelo programa de intercâmbio para músicos criado pela organização parceira JM Norway e promovido no Brasil pela Amigos do Guri – uma das gestoras do Projeto Guri.

    Marcelo estudou durante quatro anos no Projeto Guri em Cerquilho e, durante a visita ao prefeito, fez questão de destacar o alto nível dos professores, a ótima estrutura oferecida no polo da cidade e como isso foi importante para sua formação.

    Aldo parabenizou a conquista do jovem, desejou uma ótima viagem e deixou as portas abertas para quando Marcelo retornar ao Brasil com novas experiências e aprendizados. O prefeito comentou ainda que essa história de sucesso de Marcelo servirá de exemplo e inspiração para outros jovens.  

    Ao todo, seis jovens brasileiros participarão do MOVE (Musicians and Organizers Volunteer Exchange), programa de intercâmbio para músicos considerado o maior programa sociocultural brasileiro, mantido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.  Os eleitos, Gabriel Fabiano dos Santos, Karoline Ribas, Renan Augusto Dias, Cintia Galan, Igor Crecci e Marcelo de Almeida Brito, foram selecionados para o programa na Noruega, Malawi e Moçambique.

 

Sobre Marcelo Brito

    Aos 20 anos, Marcelo estudou violão durante quatro anos no Polo do Projeto Guri na cidade de Cerquilho. É formado pelo Conservatório de Tatuí, em violão clássico e fez o curso técnico em música pelo Centro Paula Souza. Hoje, trabalha como jovem aprendiz no Polo Pilar do Sul e faz um trabalho próprio como voluntário dando aula gratuita de música para uma turma de violão.

    Selecionado para participar do intercâmbio em Moçambique, Marcelo comentou animado o que deseja trabalhar por lá: “Quero mostrar para eles a popularidade do violão e a imensa capacidade de sons desse instrumento. Aprendi que, com técnica, é possível fazer o som de instrumentos de percussão com violão, como o da caixa, por exemplo. Por ser formado em violão clássico, quero levar para eles as referências que tenho, como Geraldo Ribeiro; Marco Pereira; Edson Lopes e Heitor Villa-Lobos”, disse o jovem.

     Marcelo viajou no dia 12 de agosto, ao lado de outros cinco brasileiros, e deve permanecer os primeiros 15 dias em um processo de capacitação em Oslo, na Noruega. O período de integração tem a intenção de preparar o grupo para entender melhor a sociedade onde atuarão como voluntários e também conhecer os conceitos que estruturam o MOVE e a FK Norway – Fredskorpset – forças de paz da Noruega.

     Após essa imersão, cada dupla seguirá seu destino. Em Moçambique, onde Marcelo irá atuar, o programa de voluntariado será realizado por meio da participação em festivais de música, competições, workshops e capacitações em áreas de música, cultura e questões sociais. Na Noruega, os outros intercambistas selecionados atuarão como voluntários na Escola TrØndertun Folkehøyskole, uma escola secundária pública de artes que oferece cursos de pop, rock, engenharia de som e dança e está situada na cidade de Trondheim.

    Desde 2016, oito brasileiros já participaram do intercâmbio. Os escolhidos passaram por entrevista e testes e foram eleitos segundo os seguintes critérios: responsabilidade, habilidade musical, comunicação e atributos pessoais.

 

Conheça os outros selecionados

 

Gabriel e Karoline irão para o Malawi:

  • Gabriel dos Santos (18 anos), morador de São Carlos, estudou violoncelo durante seis meses no Polo Regional, participou do Grupo de Referência da cidade – Big Band e hoje seu principal instrumento é o piano. Após sua saída do Guri, o jovem fez licenciatura em música na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Gabriel pretende implantar um projeto com deficientes: “Quero dar andamento a um projeto para pessoas com necessidades especiais. Quero mostrar que eles também são capazes de entrar para o mundo da música. Fiz pesquisas sobre educação especial na faculdade e pude ter a experiência de estudar com um aluno deficiente visual durante o tempo que fiquei no Guri”, disse Gabriel.
  • Sua companheira de intercâmbio, Karoline Ribas (22 anos), reside no município de Presidente Prudente e fez aulas de violino durante três anos no Polo Regional. Após sua saída do projeto, a jovem cursou viola caipira durante dois anos. Atualmente, cursa arquitetura e urbanismo na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) e é mestre de bateria na faculdade. Entre as motivações para participar do MOVE está o interesse da moça em conhecer outro país, idioma, música, diferentes ritmos e culinária. “Quero levar um pouco do que eu sei da música brasileira para eles, além de adquirir uma nova cultura e técnicas para carregar comigo para vida! Vou mostrar o samba e para isso pretendo levar tamborim, chocalho, ganzá, berimbau e talvez um pandeiro e viola caipira. Minha ideia é ensiná-los a tocar na velocidade do samba enredo e a técnica de emitir sons com as mãos na ausência de instrumentos”, disse a percussionista. A jovem também pretende ajudar Gabriel no projeto e dar continuidade ao Ta Kagunda Project, programa desenvolvido por Eduardo Scaramuzza, ex-intercambista e educador do Guri no Polo Nelson Mandela. O Ta Kagunda tem como objetivo o ‘empoderamento’ feminino por meio da percussão, iniciativa que fez com que as meninas da região e seus responsáveis repensassem a ideia de que o sexo feminino não pode tocar esse tipo de instrumento.

Renan irá com Marcelo para Moçambique:

  • Renan Dias (24 anos) fez percussão durante três anos no Polo Birigui, é associado da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB) e faz curso técnico de teatro no Senac. O ex-guri tem uma banda chamada Código de Conduta, que toca rock nacional e já abriu shows da Ivete Sangalo, Michel Teló e da banda Hateen. Como Moçambique recebe pela primeira vez os intercambistas, o jovem pretende primeiro conhecer as demandas locais antes de traçar planos: “Precisamos ver como será lá, mas pensei em implantar um projeto para construção de instrumentos de percussão com sucata. Será uma boa maneira de ter um primeiro contato com o instrumento. É possível fazer sons com água, carrilhão feito com chaves de diferentes tamanhos, entre outros. Me inscrevi no MOVE porque quero ser baterista, especialista no instrumento, e quero mostrar o meu trabalho para o máximo de pessoas, além de levar para Moçambique um pouco da cultura do Brasil”, comentou Renan.

Por fim, Cintia e Igor foram selecionados para Noruega:

  • Cintia Galan (20 anos) estudou violão durante 6 anos no Polo Cravinhos, cursa música pela USP Ribeirão Preto e dá aula de música em uma escola particular na sua cidade para crianças a partir de 8 anos. Cintia sempre quis fazer algum trabalho voluntário relacionado à música: “O Move é tão bom que eu não acreditava que seria aprovada e, menos ainda, que eu teria a oportunidade de ir para outro país fazer um trabalho que sempre tive vontade. Foi devido ao apoio dos meus educadores e da coordenadora do polo que eu acreditei e decidi participar. Quero ensinar o máximo dos ritmos que temos aqui, como MPB e Bossa Nova. Além disso, pretendo trabalhar timbres, sonoridades e interpretações de violonistas que tenho como referência, como Heitor Villa-Lobos, Fabio Zanon, Andrés Segovia e Julian Bream”.
  • Seu companheiro de intercâmbio, Igor Crecci (23 anos), estudou percussão durante seis anos no Polo Jaguariúna, dá aula no Polo Pedreira, fez parte do Grupo de Referência de Jundiaí – Orquestra Sinfônica por quase dois anos e fez licenciatura em música no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). O jovem pretende entender a linguagem musical dos noruegueses, conhecer o ambiente e, então, estudar os projetos que poderá desenvolver: “Gosto muito de percussão baiana e samba enredo. Como a carga horária é extensa, pensei em fazer uma oficina, projetos curtos, com os ritmos brasileiros, como Bossa Nova. Quero absorver muito do que eles têm para me ensinar também”, disse. Igor já fez curso de sonorização e gravação e tem muito interesse nos recursos técnicos oferecidos na Noruega. “Quero trabalhar na produção e dirigir musicalmente o grupo. Isso pode ser uma boa oportunidade de trabalho para mim aqui, pois a demanda é grande e há poucas pessoas especializadas”, comentou o percussionista. 

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